Como Optimizar A Sua Presença No LinkedIn – Princípios Básicos

  1. O “job title”, deve ser real, mas apelativo, nem “under seller” nem “over seller”: director-adjunto ou “deputy director”?; nada de designações ultra-técnicas que ninguém percebe, nem de exageros óbvios – o típico CEO de um restaurante que nos faz sorrir, mas que pouco abona sobre o detentor de tal designação profissional.
  2. Deve estar escrito todo em Inglês ou todo em Português (exceptuando-se “job titles” e pouco mais). Em qualquer dos casos, escrito de maneira irrepreensível, com revisão, se necessário, porque quem seja “pro” na língua escolhida. Naturalmente, se a sua audiência é internacional, a língua só pode ser uma, Inglês. Note-se que o LinkedIn permite apresentar o perfil em mais do que uma língua, em simultâneo, o que pode ser útil, em certos casos.
  3. A fotografia deve ser profissional – nada de trajes “casual”, nem de aproveitamentos de fotos de cerimónias, com enquadramentos manhosos e cortes pouco hábeis – um bom fotógrafo é recomendável, mas um amigo com jeito para a coisa pode servir bem. Ambos ajudam a fazer a diferença, projectando uma imagem mais consentânea com uma rede de contactos profissionais e, se for bem executada, mais em linha com a “identidade profissional” da pessoa em causa.
  4. O sumário profissional é absolutamente fundamental. Poucas linhas que devem captar a atenção, sintetizando as valências da pessoa, a sua experiência, o valor acrescentado que pode trazer. Por si só, deve funcionar como o “elevator speech” de um “elevator speech”.. Pensemos no objectivo primeiro e último: “em 10 linhas, 1 minuto, capte a minha atenção e inspire-me a querer tê-lo na minha rede de contactos, conhecê-lo, falar consigo”.
  5. O percurso profissional deve estar completo, em termos cronológicos, mesmo que com “arredondamentos” aceitáveis. Tal como num CV clássico, não queremos descontinuidades, hiatos temporais – apenas criam ruído, desconfiança, dúvidas.
  6. Em cada função que desempenhámos ou desempenhamos, devemos puxar pelos argumentos de venda da(s) empresas(a) onde trabalhámos ou trabalhamos, pelas responsabilidades de cada função, pelos principais projectos e resultados obtidos – sem falsa modéstias, desde que não.. inventemos (nos tempos que correm, quase tudo é verificável, através de terceiros ou do nosso rasto digital, e não queremos ser envergonhados por alguém que descubra uma mentira grossa e óbvia). Uma mera listagem de “job titles” pode dizer pouco. Referir aspectos do enquadramento de cada função, do seu real conteúdo, das pessoas a quem reportámos / reportamos, das equipas que liderámos / lideramos, dos sucessos passados atingidos, de prémios especiais de desempenho, etc., ajudam qualquer recrutador a perceber melhor qual o grau de “expertise”, “senioridade”, “consistência” de determinado profissional.
  7. Podemos e devemos enviar pedidos de recomendação a amigos em posições-chave, ex-colegas, chefes, subordinados – pessoas que, em princípio, saibamos que têm coisas boas a dizer de nós. Se forem relevantes, em termos de estatuto social e/ou profissional, tanto melhor. Muitos não irão responder, seja por inércia, seja por não se quererem “comprometer”, etc. Mas cada testemunho efectivo que venhamos a obter será útil e reforçará a nossa credibilidade. No texto que acompanha cada pedido de recomendação – e que é editável – podemos optar por deixar em branco eventuais indicações a acompanhar o pedido de referências ou, em alternativa, pedir para determinada pessoa falar sobre o nosso contributo pessoal, no contexto de determinado processo / projecto / função / empresa.
  8. Se temos mérito académico, em actividades associativas ou desportivas, obra publicada, artigos publicados em revistas especializadas, voluntariado relevante, etc., devemos incluir tais elementos, nos campos respectivos, tal como conhecimentos de IT/IS, de línguas, etc.
  9. Ao longo do nosso perfil de LinkedIn, devemos perceber se fomos escrevendo, plantados aqui e ali, “job titles”, “skills chave”, “competências chave”, alinhadas com o tipo de imagem que queremos projectar e com o tipo de funções que procuramos activamente ou, relativamente às quais, queremos “ser encontrados”. Não nos devemos esquecer que, hoje em dia, “headhunters”, recrutadores “in-house”, etc., usam o LinkedIn como fonte de identificação de candidatos potenciais, por vezes recorrendo a ferramentas de procura de perfis, que usam algoritmos e motores de busca, pelo que devemos deixar “pistas” que permitam que essas operações de “varrimento” nos detectem.
  10. Como num CV, devemos resistir a ter uma longa narrativa, sem a presença de números, de resultados tangíveis e atingidos, de evidências de que “we deliver, consistently”. Seja qual for a nossa função, grau de senioridade, sector de actividade, a verdade é que “numbers can be magical”.
  11. Não nos devemos esquecer que a nossa pegada digital deve estar perfeitamente alinhada com a nossa presença “off line” – i.e, com os CVs que vamos enviando por mail, entregando em mão, etc. A inconsistência, neste assuntos, é mortal, especialmente para os olhos treinados de recrutadores profissionais.
  12. Devemos deixar indicação de contactos claros e activos, de modo a que quem nos queira contactar o possa fazer com facilidade, seja por intermédio do “in-mail” do LinkedIn, seja através do nosso endereço de e.mail pessoal. Devemos ter um e.mail que nos acompanhe – uma conta pessoal, portanto -, ao longo da nossa carreira, ou, em alternativa, cuidar que o e.mail profissional disponibilizado esteja sempre actualizado (não deixar activo um endereço de mail profissional de uma empresa de onde já tenhamos saído, por exemplo). Se utilizarmos um e.mail estritamente pessoal, devemos ter o cuidado de o verificar regularmente. Não queremos perder oportunidades, por irmos ao mail uma vez por mês.
  13. Quanto a telefones, podemos deixar uma referência, idealmente se tivermos um número pessoal secundário, que possamos desconectar, sem transtornos, em caso de necessidade. Não devemos publicar o nosso único e pessoal número de contacto, se for o caso. Infelizmente, “bad things happen everywhere, so we must play safe”.
  14. Devemos ter algum cuidado com o tema da confidencialidade. Há alguns princípios básicos, que nos ajudam a não incorrer em riscos desagradáveis, por exemplo: publicar informações passadas é mais seguro do que publicar referências da nossa actividade profissional presente ou futura; dados públicos, publicados ou disponíveis, dizem-nos que, em regra, também os podemos publicar; ajuda também perguntarmo-nos se nos sentiríamos tranquilos, caso o nosso chefe / patrão / accionista analisasse detalhadamente o nosso perfil e os dados de negócio / organizacionais que nele constem.
  15. O LinkedIn permite anexarmos documentos. Tendo o cuidado referido no ponto anterior, quanto a questões de confidencialidade, e fazendo uso do sempre recomendável bom senso, podemos publicar documentos word, pdf, ppt e afins, relativos a projectos passados, relatando histórias de sucesso que tiveram o nosso contributo directo, etc. É uma forma de reforçarmos as nossas credenciais – mas convém relembrar que: i) todos os documentos caem no chamado domínio público, após publicados; ii) e que os mesmos devem estar devidamente editados – em termos de conteúdo e de grafismo – de forma limpa, projectando qualidade e profissionalismo do seu autor.

Até aqui, falámos apenas da gestão não-dinâmica do LinkedIn, de alguns princípios básicos para a construção de uma página “profissional”. Mas há todo um mundo mais sofisticado, pela frente – o mundo da sua utilização avançada (como navegar na rede; como procurar determinados perfis, de forma cirúrgica); o mundo da gestão pro-activa de contactos; o mundo da alimentação dinâmica da nossa página. Tudo isto representa todo um outro capítulo, a que eventualmente voltaremos, oportunamente.