Conversas & Carreiras 

Pedro Rocha e Silva

Managing Partner – Neves de Almeida HR Consulting

Pode contar-nos o seu percurso profissional?
Iniciei a minha actividade profissional na Andersen Consulting (atual Accenture), onde estive de 1994 a 2000. Foi aí que enveredei pela área de Recursos Humanos, tendo ingressado na Watson Wyatt (actual Willis Towers Watson), consultora especializada em RH. Ao fim de sensivelmente 1 ano, fui desafiado para integrar a Direcção de Recursos Humanos da PT, desafio que aceitei, pela vontade que todo o consultor tem de viver “o outro lado”. Na PT, fui responsável por várias áreas, desde o recrutamento, formação, avaliação de desempenho, carreiras, compensação, entre outras. Foram 6 anos magníficos, numa organização enorme e pujante, que me fizeram crescer muitíssimo. Em 2007, decidi abraçar uma área que me fascinava já há muito, o chamado “head-hunting”. Integrei nesse ano a Talent Search, tendo, pouco tempo depois, sido convidado para integrar uma das maiores empresas mundiais da área, a Heidrick&Struggles, onde estive durante mais de 8 anos, desenvolvendo projectos na área do Executive Search, cumulativamente com áreas de Talent Management e de Consultoria de RH, algo que mantenho até hoje, agora como Managing Partner da Neves de Almeida HR Consultants, empresa onde trabalho desde 2016.

Qual foi o processo de recrutamento mais difícil que levou a cabo, com sucesso, até hoje?
O mais difícil é aquele que, pela conjugação de vários requisitos, por vezes difíceis de conciliar, demora mais do que o tempo normal. Mas nunca me aconteceu desenvolver um processo sem que tenha apresentado uma solução a um cliente.

Há espaço, em seu entender, para inovação relevante, no mercado nacional de recrutamento profissional, ou “o nome do jogo” passa mais por aumentar a eficiência e eficácia das operações já estabelecidas?
A inovação existe em todas as áreas, e o recrutamento não é excepção. Existem hoje fontes e processos de recrutamento que há uns anos não existiam, existem ferramentas de selecção cada vez mais sofisticadas que nos suportam, existe uma alteração de perfis (nomeadamente nas gerações mais jovens) que obriga, naturalmente, a uma abordagem diferente por parte dos recrutadores.

Que conselho de carreira dá aos nossos leitores?
Definir e rever metas, periodicamente; encarar o “network” como um “full time job”; analisar bem a cultura organizacional e o perfil das pessoas com quem irá trabalhar, antes de tomar a decisão.

Lembra-se de um particular sucesso, como recrutador(a), que ainda hoje sinta como seu cartão de visita?
Lembro-me de inúmeros. Os cartões de visita são os clientes, que, depois de avaliarem o sucesso de um processo, criam uma relação de confiança que extravasa as organizações onde cada um trabalha.