Algumas Coisas Que 3 Anos De “Career Management” Me Ensinaram
1. A Gestão de Carreira é um “skill” crítico que combina um conjunto vasto de “skills” e de “competencies”. Não sendo “rocket science”, não é exactamente “a piece of cake”.
2. Grande parte da Gestão de Carreira é sobre a arte de compreender o tempo e e de ter controlo sobre o “timing”.
3. Gestão de Carreira, bem, envolve Gestão. Capacidades analíticas, capacidades conceptuais, capacidades estratégicas, capacidades de operacionalização, capacidades comunicacionais, capacidades relacionais.. ajudam.
4. Não se pode separar a Gestão de Carreira de uma perspectiva mais holística da vida. Ou, para dizer a verdade, pode-se. Mas não se deve, sob pena de cairmos em soluções piores do que os problemas. Ou de enveredar por caminhos insustentáveis, a prazo.
5. Não se pense que ter-se “senioridade”, por si, dispensa ter-se um cuidado proactivo com a Gestão de Carreira. Um CEO, por exemplo, não deve achar que tal título é um livre-trânsito, uma palavra-chave, uma senha mágica. O mundo está cheio de “has beens” surpreendidos.
6. Gerir uma carreira é ser capaz de ver, para o bem e para o mal, nos tempos bons e nos tempos menos bons, para lá das actuais circunstâncias.
7. Gerir uma carreira requer acção. Há muitas formas de acção, algumas delas verdadeiros tratados sobre a subtileza. Mas ainda assim, recorrerm a verbos que conjugam a primeira pessoa do singular + uma formulação verbal + um eventual complemento. E dão origem a um resultado, a uma consequência, mesmo que seja sob a forma de intervalo probabilístico (uma coisa abstracta que faz diferença concreta).
8. As pessoas podem ser duras, em tempos difíceis. De si para si, de si para os outros, dos outros para si. Atenção às expectativas, atenção à psicologia, atenção às emoções. Um segredo: contextualize tudo. Outro segredo: desintensifique(-se).
9. Por falar em emoções, apesar de humanas, elas são, em regra, um maior predictor de insucesso do que de sucesso. Controle-as e estará mais perto do que quer que seja (a não ser que seja o dono do seu negócio ou um líder carismático – e, mesmo assim, não confunda usar as emoções com por elas ser usado).
10. Quanto mais depressa perceber os mecanismos, os actores, as dinâmicas, os diversos níveis, as relações, que formam o mercado de trabalho (qualificado), mais depressa poderá agir com eficácia e mais rapidamente terá forma de evitar cometer erros potencialmente sérios.
11. Cuidado com as “gaiolas douradas”, na meia-idade. E cuidado, em todas as idades, com a soberba, com a auto-suficiência, num extremo, e com a pena de si próprio, o derrotismo auto-infligido, a complacêcia, no outro extremo.
12. Estar em forma, psico-emocionalmente e fisicamente, ajuda sempre.
13. A sua família e a sua primeira linha de amigos é crítica. Não são, ou não deviam ser, notícias novas.
14. O seu valor de mercado é uma equação complexa. Não assuma isto ou aquilo como evidente, como uma verdade irrefutável. Muitas vezes, não o é.
15. A Gestão de Carreira é, tirando o caso de dois ou três génios, para quem gosta de trabalho árduo. Ou para quem, mesmo não gostando, sabe que “tem que ser”.
16. A dimensão e a qualidade da sua rede de contactos combinadas com o seu valor percebido pela mesma rede e com sua real capacidade de interagir e influenciar, eficazmente, com a sua rede pode fazer a diferença.
17. A Gestão de Carreira é contextual. Não há regras de ouro, universais e absolutas. Há, isso sim, princípios, tendências, elementos probabilísticos, bom-senso, capacidade de pensar bem, de articular o pensamento numa estratégia consequente, capacidade de a executar de forma irrepreensível.
18. É dífícil “transformar um gato num cão”. Mas é possível “fazer de quase todos os gatos o melhor gato possível”. É isso que deve a si próprio(a) – sou eu o(a) melhor profissional possível? Sou eu o(a) melhor candidato(a) possível? Estou eu a construir a melhor carrreira possível, em linha com o que quero para a minha vida, a curto, médio e longo prazo, dadas as minhas condições de partida?