36 Passos Na Direcção Do Seu Novo Emprego

As questões que se seguem são incontornáveis, para quase todos aqueles que procuram um novo emprego e o nível global das respostas dadas é determinante para avaliar o quão próximo está do seu objectivo. Não é de forma alguma uma garantia, mas pode ser visto como uma vantagem na gestão das suas probabilidades.

  1. A sua arquitectura da identidade e do posicionamento profissional, enquanto candidato, é pertinente, clara, consistente, distintiva, interessante?
  2. Tem uma visão clara do que gostaria e do que é possível, em termos de evolução de carreira a curto e médio prazo – há uma lógica irrefutável entre os dois planos temporais?
  3. Todos os materiais pessoais de comunicação “off-line” e “on-line” (incluindo as redes sociais relevantes) reflectem a sua identidade profissional?
  4. Domina a sua biografia, percurso académico e profissional, quando vistos pelo ângulo dos seus potenciais recrutadores?
  5. Sabe utilizar o tom de voz, a linguagem, aspectos não-verbais, etc., de forma a tirar o máximo partido da sua biografia profissional, em situações de interacção pessoal?
  6. Se elaborou diferentes cenários quanto ao seu futuro emprego, conseguiu estabelecer um bom equilíbrio entre a sua identidade global – universal – e o grau de customização que lhe pode ser exigido? Essas peças encaixam-se todas, numa visão única e uniforme?
  7. Consegue descrever e justificar adequadamente os seus pontos fortes (“know-how”, “skills”, etc.), tendo em conta os sectores de actividade, as empresas, os cargos a que se candidata?
  8. Reflectiu seriamente sobre a sua mobilidade geográfica, dados os diversos contextos micro e macro económicos presentes, em diferentes países, num âmbito não só regional como também global?
  9. Definiu o seu grau de flexibilidade? No mundo actual, essa flexibilidade pode ser critica para algumas potenciais oportunidades. Por isso, está realmente disponível ou parcialmente disponível, para se ausentar, viajar, mudar de região ou país? E se sim, em que condições? Compreende os diferentes modelos que se vão impondo como “standards” do mercado?
  10. Definiu as condições contratuais – com o seu futuro “empregador” – que estaria realmente disposto a aceitar? De novo, a flexibilidade pode ser um trunfo para algumas zonas geográficas, empresas, sectores de actividade, etc.
  11. Reflectiu sobre o seu pacote remuneratório passado, presente e desejado, considerando todos os elementos relevantes, de forma a não perder uma boa oportunidade mas também, sem pôr em causa o seu valor profissional?
  12. Como avaliaria a urgência em encontrar um novo emprego (sendo assim menos selectivo e fazendo por isso, uso de um rácio entre “o alcançável e a respectiva rapidez” diferente, comparando com uma abordagem mais selectiva e as estratégias subjacentes)? Essa urgência é de facto real, por assim dizer?
  13. Consegue distinguir entre ser um candidato não-elegível, um candidato elegível e um vencedor potencial?
  14. Tendo já definido os elementos fundamentais da sua estratégia (horizonte temporal, cargos ambicionados, zonas geográficas, sectores de actividade possíveis e o que melhor corresponde aos seus desejos pessoais e mais objectivamente, ao seu valor pessoal), possui um conhecimento aprofundado do mercado, antes de entrar em acção?
  15. Tem noção que vale a pena aplicar o conceito de “brand equity management” à sua carreira?
  16. Para cada zona geográfica, avaliou os elementos culturais mais importantes que influenciam o mercado de trabalho? Como é que este funciona? Quem são os principais actores e que dinâmicas é que lhe estão subjacentes?
  17. Para cada um dos sectores de actividade, numa dada região geográfica (relevante nalguns casos, mas não tanto noutros, devido a elementos comuns que são globais), está a par das condicionantes do mercado, das especificidades dos modelos de negócio, dos processos de recrutamento, das competências e dos “skills” potencialmente necessários, das operações de M&A esperadas, dos líderes de mercado, das empresas de recrutamento com parcerias duradouras, dos desafios que se colocam do ponto de vista organizacional e de negócio?
  18. Compreende a diferença e a relação estatística entre o mercado de trabalho formal (anúncios de recrutamento da parte das empresas e/ou o recurso a “headhunters” em processos de selecção e recrutamento formais) e o, às vezes enorme e ambíguo, mercado de trabalho informal?
  19. Consegue estabelecer uma correspondência entre cada um dos mercados de trabalho – formal e informal – e os potenciais empregos existentes, em cada um deles?
  20. No caso dos anúncios de emprego, formais e publicitados, sabe: i) como os media “off-line” e “digital” são utilizados?; ii) onde encontrar esses anúncios (sites de empresas vs. portais de emprego vs. sites de R&S vs. R&S via redes sociais vs. perfil institucional da empresa, etc.)?
  21. Ao abordar o mercado de trabalho informal, sabe quem contactar, como, porquê e quando fazê-lo?
  22. Sabe, por sector de actividade e região geográfica, quais são as empresas líderes, os empregadores mais interessantes e os recrutadores mais activos?
  23. E estes enquadram-se nos seus planos de carreira, na sua personalidade, etc., de maneira a favorecer a sua integração, um elevado desempenho, a sua progressão profissional, um retorno financeiro, em linha com a decisão tomada e também sem descurar a sua elevada empregabilidade perante terceiros (enquanto plano B), no caso das coisas não correrem bem?
  24. Tem toda uma argumentação pessoal bem preparada? É consistente no seu uso, quer num contexto de “networking” quer de entrevistas formais de recrutamento? E deveria?
  25. Conhece o modo de pensar do recrutador, as tácticas mais utilizadas usadas pelos profissionais de topo nesta área, sabe como tomam decisões sobre os candidatos?
  26. Atendendo ao(s) seu(s) objectivo(s), conhece os “headhunters” certos, sabe como gerir o seu relacionamento com essas entidades de forma a maximizar o seu valor?
  27. Que relação deve tentar estabelecer com os “headhunters”, DRHs, etc. – como optimizar o seu próprio valor respeitando o papel por eles desempenhado, a sua missão, o seu mandato e ao mesmo tempo, sem deixar de agir proactivamente?
  28. Está a par dos recursos – em sentido lato – que lhe podem ser úteis?
  29. As suas valências académicas poderão ajudá-lo, na procura de emprego? Se não, como ser eficaz na escolha de um programa adequado (visto poder representar um investimento significativo pessoal de tempo e dinheiro e ter um custo de oportunidade associado, face a outras possíveis alternativas de desenvolvimento pessoal)?
  30. Gere bem a sua rede de contactos? A sua abordagem é tão profissional como poderia e deveria ser?
  31. Tem conselheiros ou tutores? Poder-lhe-iam ser úteis? Onde os encontrar?
  32. Tem modelos de referência para cada um dos cargos que gostaria de assumir, a curto, médio e longo prazo? Pode aprender directamente com eles (pedindo o seu conselho e apoio) e/ou indirectamente (compreendendo porque são bem sucedidos e como, de modo realista, poderia replicar as seus melhores, mais valiosas e valorizadas características)?
  33. Se as coisas correrem bem, em breve terá um emprego. Se as coisas correrem muito bem, provavelmente terá que optar entre duas ou mais propostas – possui um modelo de tomada de decisão pertinente?
  34. Tem um plano para a primeira semana, mês, ano que lhe permita uma integração rápida, eficaz e bem-sucedida?
  35. Sente-se fisicamente bem, com a mente desperta e um bom controlo das emoções, ao longo de todo o processo?
  36. Tem um plano B (e um plano C para substituir B)?